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Acessibilidade e suas falhas sociais

  • brendacomunication
  • 23 de out. de 2022
  • 4 min de leitura

Atualizado: 24 de nov. de 2022

Acessibilidade é a condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação. A lei nº 10.098, de Dezembro de 2000, garante isso para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Porém, mesmo com a lei sancionada, ainda vemos diversas espaços públicos e até mesmo privados, burlando esse direito, e a quantidade de deficientes que sofrem com as consequências vem aumentando a cada dia.


A exclusão social é um agravante que vem se estendendo por décadas na sociedade. Ela é resultado do distanciamento de pessoas que estejam em situação de vulnerabilidade em relação aos demais indivíduos e grupos sociais.

Por muito tempo, pessoas cujas as condições físicas ou econômicas eram desfavoráveis, permaneceram em silêncio em relação aos seus direitos como seres humanos, porém, com o passar dos anos e o aumento do índice dessas condições, muitos começaram a mostrar voz na sociedade e ir em busca de uma qualidade de vida melhor.


O falta de atenção para esses detalhes e a negligência com a acessibilidade, acabam por afastar esse grupo de pessoas dos ambientes sociais, e faz com que muitos optem por frequentar lugares privados, como por exemplo os shoppings, para evitarem constrangimentos. Muitas vezes a família acaba optando, mesmo inconscientemente, pela “super proteção”, e por isso as pessoas com deficiência param de circular nos diversos espaços sociais.


As rampas para cadeirantes devem obter corrimões, de modo que eles consigam se apoiar ao subir e ao descer delas, e o grau de inclinação também deve garantir a segurança para fazer o mesmo, e além disso, outra exigência é o piso tátil para deficientes visuais e piso antiderrapante para evitar acidentes.


Convivendo com a deficiência

David Rocha portador de deficiência causada por Mielite Transversa. / imagem da sua galeria pessoal.


David Rocha 38 anos, convive com uma deficiência física há 7 anos, causada por uma Mielite Transversa, o que causou esquistossomose, e desde então teve que aprender e se adaptar à uma nova rotina de vida. Ele diz que já chegou a participar de um grupo de pessoas com deficiência o qual promoveu alguns protestos em prol da acessibilidade. Parque da Criança, açude velho, e o shopping center, em Campina Grande, foram os pontos principais que receberam esse alerta, porém, apenas o shopping aderiu de fato as normas da acessibilidade e promoveu melhorias nos espaços internos e externos.

Hoje, mesmo diante de tantas dificuldades, David encontrou diversas atividades em que é possível participar mesmo usando uma cadeira de rodas, umas delas é o atletismo, o qual ele participa no Centro Paralítico Brasileiro(CPB). As dificuldades não param David que participa no Centro Paralítico Brasileiro(CPB), faz fotografias, produz compõe músicas e luta diariamente por igualdade para que os direitos a acessibilidade sejam realmente cumpridos e respeitados.


David Rocha cadeirante ao centro da imagem. / imagem da sua galeria pessoal.


David Rocha possui carro adaptado o que facilita sua locomoção. /imagem da sua galeria pessoal.

“A acessibilidade deve ser uma reivindicação de todos, não só de quem tem uma deficiência, mas todos que reconhecem que um dia também podem precisar daquilo”, diz.

Moradora de Campina Grande, a recepcionista Gilmara Carliany, de 31 anos, já nasceu com uma deficiência física congênita nas pernas, e por isso é obrigada a fazer uso de cadeira de rodas todos os dias. Dentro de casa ela se sente mais confortável para se locomover sem a cadeira, porém na rua o uso dela é necessário e por muitas vezes a jovem passou por situações difíceis de lidar devido as dificuldades de locomoção.

Gilmara trabalha na recepção e todos os dias utiliza transportes públicos para chegar ao trabalho, ela diz que dos ônibus que passam no ponto, apenas a metade tem elevador que funciona de forma improvisada, e o tempo que ela gasta para chegar até o trabalho é muito longo, já que são necessários 2 ônibus para a ida.

Gilmara Carliany, de 31 anos /imagem da sua galeria pessoal.


As rampas de acesso ao terminal de integração estão fora das normas prescritas por lei, e isso dificulta ainda mais a locomoção para as calçadas de embarque. Sempre é preciso que alguém a ajude a subir para que não haja o perigo da cadeira virar para trás, já que o grau de inclinação da rampa é grande. As reclamações são diárias, porém a dificuldade de acesso à secretaria de serviços urbanos da cidade fazem com que as pessoas se calem e apenas aceitem uma dura realidade, diz Gilmara.

Gilmara Carliany, imagem da sua galeria pessoal.


A Lei da Acessibilidade já prevê a existência de vagas de garagem específicas para pessoas com deficiência, acesso com rampa e banheiro acessível, porém, o avanço não faz parte da realidade de muitos na cidade e a construção de espaços para troca de fraldas de pessoas com deficiência e idosos ainda é um problema corriqueiro.

Cabe a secretaria de serviços urbanos dar mais atenção e tornar mais acessível o contato da população, pois o ir e vir na cidade é direito e dever de todos. A sociedade precisa mudar sua forma de enxergar pessoas com deficiência, pois o mundo em que estamos inseridos é repleto de pessoas com características diversas e é isso que o torna tão rico, pois aprender a lidar com as diferenças deveria estar no currículo escolar e de vida de cada um.



 
 
 

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